Monday, September 04, 2006

Madruga - Amsterdam (quem diria?)

Olá para todos!


Eu sei que para alguns isso é o meu primeiro sinal de vida desde que cheguei aqui em Amsterdã, mas acreditem, não foi possível escrever antes. Além disso, eu pretendo descrever com detalhes os meus dias, desde quarta até agora (madrugada de sábado para domingo). Portanto, peço que leiam em um momento tranquilo, porque o texto é longo! E espero que não muito entendiante... =P


Bom, a minha “odisséia” na Holanda começou com a minha chegada ao aeroporto Schiphol de Amsterdã às 11 horas da manhã de quarta-feira, após longas 11 horas no avião da KLM. A viagem em si não foi tão cansativa, uma vez que, para a minha surpresa, o avião da KLM oferecia não só uma razoável seleção de filmes (ex: Missão Impossível 3, Harry Potter 1, 2 e 3, O Poderoso Chefão, e por aí vai) como também de álbuns de bandas famosas (ex: U2, Black Eyed Peas, Coldplay, etc) acessíveis a qualquer momento. Isso já serviu de entretenimento por algumas horas. Além disso, ao meu lado sentou-se uma senhora que estava indo para a Alemanha (onde mora), e ao lado dela uma mulher que estava indo para a Inglaterra (como intercambista), e também passei algumas horas conversando com as duas. Felizmente consegui dormir um pouco, mas ainda assim cheguei um pouco exausto.


Depois de uma rápida passagem pela imigração holandesa (aquelas perguntas básicas) e da retirada da minha bagagem (que graças a Deus estava lá), saí pelo portão de chegada e procurei um representante da VUniverse no local combinado dentro do aeroporto. A VUniverse é uma equipe de alunos da Vrije Universiteit (daí vem o VU) em Amsterdã que se oferece a ajudar os intercambistas “perdidos”. Entre as atividades, estão incluídas a recepção dos alunos no aeroporto e a realização de atividades visando a integração dos mesmos. Enfim, encontrei facilmente a Yvet no local combinado. Ela conferiu meu nome, entregou as chaves do meu “apertamento” e um pacote com alguns brindes, perguntou sobre a minha viagem e me ofereceu refrigerante e biscoitos. Ela se ofereceu também para olhar as minhas coisas enquanto trocava dólares por euros. Quando voltei, outro intercambista chegou, o grego Andreas, e também a italiana Carla com seu namorado Simone (é, Simone mesmo). Conversamos um pouco, e logo em seguida um outro representante da VUniverse, o Yoris, chegou para tomar o lugar da Yvet no aeroporto. Ela se encumbiu de nos levar ao alojamento, pegando um trem e depois um metrô.


Chegamos ao campus do alojamento, uma área com muitos prédios de diversos tamanhos e estados de conservação. Tive de andar uns 10 minutos com as malas pesadas, infelizmente porque o meu prédio é um dos mais distantes da entrada. O prédio, chamado Guesthouse ou “Hospitium”, tem duas “torres”, com oito andares e, em média, dois corredores com 14 quartos cada um. Sim, é um alojamento para 2x8x2x14=448 pessoas. E é apenas um dos prédios no campus, então imagino que em algum momento ele será morada para milhares de estudantes da Vrije, já que muitos ainda estão por chegar (no meu corredor, por exemplo, tenho apenas uns 3 vizinhos por enquanto). De qualquer forma, o prédio está meio acabado, e provavelmente será demolido em um futuro próximo. Estou morando no oitavo andar, no quarto 841a. Divido com os demais moradores do corredor uma cozinha (com fogões e geladeiras), dois banheiros e dois chuveiros. Detalhe: a limpeza dos mesmos é responsabilidade dos moradores. =(


No meu quarto, tenho uma cama, um armário com espelho, uma estante, uma pia, uma mesa, uma cadeira, uma televisão e uma luminária. É um pouco pequeno, mas não me importo muito com isso. Tenho acesso à internet com link de 10mb, e escrevo do quarto com o meu laptop. Tenho uma varanda também, mas a vista não é tão interessante.


Bom, depois de abrir minhas malas e organizar as minhas coisas, encontrei novamente os intercambistas do aeroporto, e conversamos sentados na grama, comendo sanduíches de mortadela com queijo. Decidimos ir ao centro da cidade à noite, para jantar e passear. Antes, passei no mercadinho que fica no centro do campus, e fiz compras enfrentando alguma dificuldade com as embalagens em holandês. Pegamos o metrô novamente e chegamos no centro. O sistema de transporte aqui em Amsterdã é razoavelmente limpo e seguro, e paga-se a passagem carimbando tickets em máquinas dentro dos vagões, dependendo da distância percorrida. É possível pegar o metro e não pagar nada, mas assume-se o risco de trombar com um inspetor e pagar uma multa de 65 euros.


Sem saber muito bem para onde ir, eu, Andreas, Carla e Simone passeamos pelas ruas estreitas do centro da cidade. Basicamente havia restaurantes de diversos tipos (argentinos, japoneses, tailandeses, etc), coffeeshops (famosos bares onde é possível o consumo de maconha), bares normais e lojas em geral. Algo que eu já tinha expectativa de esperar, mas mesmo assim me impressionou, foi a quantidade de bicicletas nas ruas. Em função do relevo plano, muitas pessoas optam por esse meio de transporte. Existem semáforos e faixas exclusivas para ciclistas em todos lugares. Infelizmente, o roubo de bicicletas é um problema em Amsterdã, então é muito comum e recomendado o uso de cadeados pesados e grossos para prende-las.


Ficamos com fome e cansados de andar, e decidimos comer em um KFC mesmo. Ao menos tivemos uma refeição barata, já que em alguns lugares poderíamos pagar algo em torno de 15 a 20 euros. Voltamos todos de barriga cheia e ansiosos por descanso após um longo dia.


No dia seguinte, quinta-feira, depois de passar no escritório da DUWO (administradora do campus) para assinar o contrato de aluguel, tive a oportunidade de conhecer outros intercambistas. Dentro do campus, existe uma espécie de academia, com sala de musculação e quadras esportivas. A quadra de futebol estava liberada para os estudantes durante a tarde, e pude demonstrar toda a minha destreza futebolística. Tá, não foi bem assim, mas mesmo assim foi muito divertido e ouvi menções à minha nacionalidade. =)


Conversei com alguns intercambistas portugueses, alemães, indianos, poloneses após o jogo...nos encontramos algumas horas depois no churrasco de confraternização oferecido pela VUniverse, no mesmo local, e pudemos nos conhecer melhor. Acabei conhecendo dois mineiros e um pernambucano que irão estudar na Vrije também. O churrasco era basicamente se servir de salada, hamburguers, costelas e linguiças de cordeiro, com melão e melancia de sobremesa. Todos podiam repetir, e tinham direito a um copo de cerveja na “lanchonete/bar” dentro da academia.


Na sexta-feira, fui à universidade conversar com a secretária do International Office, que me ajudou no complicado processo de obtenção do visto holandês. Não tive muito tempo para explorar as instalações da Vrije, mas fiquei com uma boa impressão, e a universidade fica a três estações de metrô do campus. Esclareci algumas dúvidas, e depois fui ao ABN AMRO Bank com o Andreas, para que ele pudesse abrir uma conta. A agência fica ao lado de um shopping center e supermercado, e fizemos compras. Consegui comprar, finalmente, um cabo de conexão da bateria do meu laptop compatível com o padrão da tomada európeia, e acessar a internet no meu quarto. Mais tarde encontrei com outros intercambistas, tomamos cerveja na varanda da cozinha do quarto andar e fomos a um pub a noite. Infelizmente ninguém sabia direito como chegar ao local, sugerido por um intercambista alemão que mora no centro, e na hora de voltar, demos muitas (MUITAS) voltas antes de conseguir achar um ponto do night bus que ia para o campus, já que é a única opção disponível para voltar durante a madrugada, além de táxis.


Hoje (sábado) aproveitei o dia para fazer mais compras e falar com meus pais. No final da tarde, fui a um bar que fica ao lado do mercadinho no campus, e joguei dardos e sinuca com o Andreas e outros intercambistas. Curiosamente ganhei todos os jogos. =D . Enquanto isto estava rolando a primeira de muitas festas no Guesthouse, e acabei conhecendo outro brasileiro, um carioca que chegou ontem. Decidi não ficar, para poder responder emails e escrever este relato.


Amanhã vou comprar meu celular (informarei o número assim que possível) e passear pela cidade com um grupo de intercambistas. Ainda preciso comprar minha bicicleta, e muitas outras coisas, mas tudo ao seu tempo. O importante é que estou me adaptando bem à essa nova vida, e que estou conhecendo muita gente, de diversas nacionalidades, experiências e pontos de vista. Não faz nem uma semana que estou aqui (minhas aulas só começam no mês que vem), e já estou muito empolgado com o que está por vir.


Bom, é isso. Não adianta reclamar o tanto que eu escrevi, porque eu avisei logo no começo que seria detalhista. =P


Ainda não tive a oportunidade de usar minha câmera digital, mas assim que puder, mandarei fotos. E, provavelmente, relatos sobre as atrações turísticas de Amsterdã.


Por enquanto vocês podem me contactar por MSN (andre_madruga@yahoo.com), Skype (andre_madruga), Orkut (André Madruga) e email (andre_madruga@yahoo.com ou afmads@gmail.com).


Beijos e abraços!


André



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