Thursday, September 07, 2006

Godo - Da Suíça, Côte d'Azur e Fim!

Aí vai o último capítulo do meu mochilão!

A viagem de trem pra Suíça foi tranquila. O tempo estava bom, só que eu me preocupava um pouco com a possível necessidade de visto pra entrar na Suíça, que não faz parte da UE. A preocupação passou quando o policial pegou meu passaporte brasileiro, sorriu e falou 'Ronaldinho'...

Chegando na estação em Zurich, telefonei pra um velho conhecido de outra viagem, o Lukas, com quem tinha combinado de me encontrar. A casa da família dele é em Zug, uma cidade média para a Suíça (30.000 hab), que, partindo de Zurich, fica a meio caminho de Lucerna que fica a meio caminho de Berna, que fica a meio caminho de Genebra, que fica a meio caminho da França. Todo esse caminho não dura mais de duas horas de trem, e por sinal, é mais ou menos o trajeto que eu percorri.

O Lukas, que estuda fotografia em Paris mas também estava de férias, estava naquele momento em um festival de bandas de rock nacional em Lucerna, e lá fui eu direto com o mochilão nas costas. Ele me buscou na estação e fomos de volta pro festival. Só que chegando lá, chuva. Muita chuva. Entao saímos fora com uns amigos dele, pegamos um busão lotado de gente molhada, sem pagar e fomos pra casa desse amigo dele, que é vocalista de uma banda. Ganhei um CD! Meu primeiro CD de rock suíço (mas naturalmente cantado em inglês). Com o mochilão nas costas ainda, fomos a um bar onde experimentei uma bebida que esqueci o nome, mas eles colocam fogo no copo depois colocam café... essas coisas não costumam ser ruins. A essa altura eu já estava um pouco cansado, e já no trem de volta pra Zug uma amiga o chama para uma festa de reencontro dos ex-alunos do colégio. E lá vou eu de mochilão nas costas, já devia ser meia noite. A festa era legal, parecia as saudosas festas de antigamente atrás do Sweden, com a diferença de não ter tanta gente tão bêbada, e de ninguém dançar nem nada, pois ninguém sabe o q eh isso aqui. Descolei várias sangrias (essa bebida barata daqui, de vinho misturado com alguma coisa de frutas.... comparável à nossa jurupinga) na faixa com um suíço que já tinha morado dois anos no Brasil e tava trampando no bar. E às 4 da manhã, montei na garupa da bicicleta e subimos uns 20 min de morro até a casa do Lukas. Mochilão nas costas. Ufa!

Passei 4 dias em Zug. Fiz vários passeios crosscrountry de bicicleta, comi churrasco de salsicha, encontrei outra amiga do meu outro intercâmbio, comi churrasco de linguiça, comprei suco de maçã caseiro em uma casinha self-service no campo onde vc pegava os produtos e deixava o dinheiro na mesa, visitei Zurich de verdade porque antes só tinha podido ver a estação, nadei na piscina do condomínio e lá perdi meu relógio Swatch que eu havia comprado cinco anos atrás... na Suíça. Primeiro o canivete, depois o relógio. O que mais falta perder?

De Zug fui para Berna, onde encontrei o Pato, a Lari e a Bolacha! Quarteto Fantástico na Suíça! A mais bonitinha das cidades suíças, Berna tem bicicletas para alugar de graça, ursos que vivem dentro de um poço, Brahma e Skol a R$20 a latinha, uma estuátua de um ogro comendo bebezinhos e um modesto Glockenspiel, um relogio de cuco super desenvolvido com bonequinhos que se mexem e dancam na torre e sinos que tocam descoordenadamente durante cinco minutos duas vezes ao dia. As exclamacoes de susto dos passantes de "oh", "ah", e as palmas duram tanto quanto o show dos bonequinhos...



O mais legal em Berna foi o rio totalmente nadável em que eu e o Pato resolvemos nadar. Não contentes em apenas entrar nele, resolvemos pular da ponte, que não era muito alta, devia ter uns 6 metros (dica do Lukas). É claro que fomos fazer isso bem num dia nublado e frio, porque era o último dia que restava: Aaretemperatur = 16°C. Ao longo do passeio gelado havia plaquinhas 'última saída 200m', 'última saída 50m' e nós saímos antes de ficar com hipotermia ou ir parar na barragem mais adiante.

Próxima parada Genebra, mais uma vez sozinho. Visitei o palácio da ONU, onde a moça explicava em francês a procedência do mármore de cada coluna e da madeira de cada porta, além de enfatizar a todo momento a benevolência do Koffi Anan (é assim que se escreve???). Além desse, em Genebra tem também um jato d'água de 140m de altura (!!!) no meio do lago onde eu me molhei todo pra tirar umas fotos legais, o museu da Cruz Vermelha que não deu tempo de eu ver, uma vista para o Mont Blanc que as nuvens não me deixaram ver e um albergue muito ruim onde eu tive que ficar porque não tinha reservado nada com antecedência.



Depois de Genebra, finalmente estava de volta à França para os meus últimos quatro dias de férias. E como bom paulista que sou, resolvi "descer" pra praia! Só de passagem, vi um pouquinho de Lyon e Marseille, chegando de noite em Nice, onde fiquei num albergue muito bom, que oferecia comida e bebida de verdade e barato. O jantar muito bom e completo custava 6 euros, a garrafa de vinho 4 euros, e a cerveja chamada Rotweiller (muito ruim mesmo, era realmente O Cão) 1 euro.

No dia seguinte reencontrei a Bolacha e passamos os dias visitando várias cidades e praias do sul da frança. Nice tem o mar mais perfeitamente azul que eu já vi, porém no lugar de areia tem umas pedras do tamanho de um punho, que não são nada confortáveis mas pelo menos não grudam nem entram na sunga. Em Cannes, onde em Maio tem o famoso festival de cinema, só tem uns pedacinhos de praia realmente pública, o resto é ocupado por guarda-sóis cujo aluguel chega a R$50, mas a areia é como a do Brasil. Aliás, em Cannes eu mergulhei com os óculos de sol na cabeça. Era o que faltava perder. Em Monaco, a praia tem pedrinhas pequenas e não dá vontade de entrar, é muito estreita e artificial. Mas Monaco também tem as ruas do GP de fórmula 1, legais de andar. Mais legal seria piotar nessas ruas com uma das várias Ferraris estacionadas na frente do famoso Casino de Monte Carlo. Onde, aliás, não pudemos deixar de entrar. Saldo final: saí de Monaco 2 euros mais rico (yes!!!) Além dessas, fomos também em outras praias e cidades menos famosas porém não tão menos bonitas ou interessantes.

Dia 31 de Agosto, peguei o trem noturno pra Toulouse. Cheguei na estação às 5 da matina, dormi na sala de espera até as 8 horas, e fui, já cansado de tanta viagem e querendo um pouco de paz, pro meu alojamento ao lado da faculdade. Hoje, quando escrevo esse relato (porém só vou publicá-lo amanhã), já é dia 6 de Setembro, primeiro dia em que consigo realmente usar meu computador (repararam nos acentos?), primeiro dia em que tenho energia elétrica no meu apê (viva! luz, geladeira e banho quente!), primeiro dia em que consegui comer comida de verdade no bandejão dos estudantes. O pouco de paz esperado acho que vai ficar pro ano que vem, porque aqui eu não paro um segundo! mas eu conto essa na próxima cadeirada, agora vou estudar (é sério...).


...Saudades de pão de queijo, ar condicionado, da uspnet, do meu pai que faz aniversário hoje dia 6 (PARABÉNS PAI) e de assistir novela à noite de vez em quando...

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